Paulo César Bornelli

“A quem tenho eu no céu senão a ti ? E na terra não há quem eu deseje além de ti. A minha carne e o meu coração desfalecem, mas Deus é a fortaleza do meu coração, e a minha porção para sempre.”

Salmo 73:25,26.

                             Vivemos em uma sociedade de consumo, onde o TER é mais importante do que o SER, e o CARISMA é mais importante do que o CARÁTER; o que fazemos define o que somos. Deixamos de ser um ser RELACIONAL para sermos um ser FUNCIONAL, e como resultado disso perdemos a noção do que significa ser uma pessoa, criado à imagem e semelhança de Deus, que é por excelência um Ser relacional

                             A queda nos descentralizou de Deus, pois perdemos a comunhão, a intimidade e deixamos de relacionar com Ele como nosso Criador e Pai, o resultado foi que o nosso mundo interior se desordenou, pois hoje os nossos desejos são corrompidos, e todo sistema cultural de nossa época usufrui desta corrupção. Vivemos de maneira compulsiva para satisfazer os nossos desejos e apetites caídos, queremos a qualquer preço a felicidade, somos uma geração hedonista.

                             Mais do que nunca precisamos de uma conversão do coração, dos afetos. Pois na realidade, nós somos o que amamos. Santo Agostinho disse: “Se quisermos conhecer uma pessoa, não pergunte o que ele faz, mas o que ela mais ama”. A conversão da mente é quase sempre mais fácil, e realmente pela ordem vem primeiro, comparada à conversão ou redenção dos nossos afetos. Jonathan Edwards, o grande teólogo puritano do século XVIII disse: “A experiência cristã , não deve ser determinada nem pelo conhecimento científico da verdade, nem pelas emoções das experiências religiosas; mas pelos afetos transformados pelo conhecimento da verdade e pela experiência religiosa”.